sábado, fevereiro 02, 2008

Avareza


Foi naquele dia que todo correu mal, vinha com todos os seus adornos ostentativos de uma riqueza partilhada por ninguém, tudo era apenas dela. Vivia infelizmente insatisfeita, com o poder e os valores que possui-a.´
Mais uma vez passava ali orgulhosa da nojeira de pessoa que era, ignorando os demais sem chão e sem pão.
Eram uns vadíos pensava ela, nas suas conversas loucas de mulher, rica e sozinha.
Tinha-se rodeado durante toda a vida de incompetentes bajuladores e larápios da sua fortuna, não confiava em niguem, nem na sua própria mente muitas vezes ela tambem preversa.
Passeava-se assim, ostentando, aqueles ouros, diamantes, e os vestidos franceses bordados à mão.
Foi então que o conheceu... bem parecido e bonito, com sorrisos afáveis e ternos. Iria trabalhar para ela como conservador do património. Não demorou muito, que o seu charme quebrasse, toda aquela arrogância de uma mulher sozinha e fria. Tomou-a nos seus braços as vezes suficientes para ela confiar nele segamente. Ai naquela manha, que todos os seus bens desapareceram como lume, e a arrogância, ficou no meio de um caminho com um pão e uma caneca de àgua dada, por um pobre coitado sem chão e sem tecto.

quarta-feira, dezembro 26, 2007

O Tempo ao Anoitecer


Quando olhou para ele já sabia que o amava, amava-o há muitos anos, e amara-o já antes disso... mesmo assim já velha e enrugada, sabia que ele ainda a achava atraente, bonita e magnetizante, mesmo não guardando uma nesga daquilo que era.
Olhava para ele e sabia que queria mais do que uma vida, aquela sabia-lhe a pouco perto da pessoa que era a encarnação da felicidade, que era o conforto e todos os sentimentos genuínos juntos, apesar da idade sentia-se sempre criança ao lado dele. Não sabia como tinham passado tantos anos, ela tinha deixado que o tempo corresse sem se aperceber disso, infelizmente agora era tarde...
Estava a morrer e sabia-o, guardava todos os dias para si aquele segredo, todos os dias pedia só mais um dia, não por ela mas por ele, sabia que a sua morte viria como a noite para os olhos dele mas nunca mais essa noite passaria...
E ele lá continuava na atribulada azafama de um reformado, podava as laranjeiras com pormenores sofismas desnecessários, ela amava-o por isso, por isso e por tudo, amava-o mesmo quando resmungão entrava pela casa a relatar algum acontecimento menos comum, com aquela pele queimada do sol e a expressão grave estampada na cara, e dava-lhe um beijo apressado a dizer que tinha de ir buscar qualquer coisa a Vila.
Amava-o infinitamente... pelo intrincado dos seus olhos, pela facécia das suas palavras frescas de manha e sobre tudo pela paixão que dedicava a tudo o que fazia.
No dia em que morrer, ela sabe se lhe perguntarem se quer outra vida irá dizer que sim, e dá-lha a ele, para ele a poder viver, mesmo que fosse nos braços de outra, amava-o mais muito mais, muito para alem do egoísmo.Observou-o lá ao fundo e reparou que já estava a anoitecer, e pediu mais uma vez, só mais um dias, mais um dia para o amar mais um bocadinho...

sábado, dezembro 15, 2007

Luxuria


No meu de tanto envolver a inocência já se tinha ido embora, ela e toda a razão que se encontrará dentro deles os dois e dos seus corpos agora suados e escaldantes.

Foi ali no meio do negrume e da terra húmida que se deu o acto, o pecado a desonra. Desonra de quem? Não se sabe ao certo, talvez dos dois que caíram nos desatinos do instinto latente.

Não se amavam, não se adoravam, nem sequer se conheciam, apenas saciavam o prazer de ter outro corpo no deles, outras mão suaves a tocar todos os pontos com desejo, a descobrir todas as partes fracas, a envolve-los com uma sede animal de querer, eram naquele instante duas pessoas juntas mas ao mesmo tempo concentradas em si, corpo.

Foi ali naquele chão que o mundo parou por segundos e assistiu a desonestidade de fracas personagens de vida real e quotidiana. Ali se envolveram e rebolaram com o pudor normal de dois desconhecidos familiarizados um com o outro.

E eis então que o prazer veio, veio ele e logo a seguir, de raspão e veloz a vergonha e a imundice de quem sabe e não precisa de o ouvir, nem sequer de o relembrar.

Sem despedida e sem um adeus, sem um beijo, sem piedade. Num lugar que de quente se consumiu, ficou sem vida, sem sentimento, sem o absoluto do vazio e do nada.

Espero e Encontro


Espero que a vida não passe por nós, que fique sempre por aqui a rodar num sopro profundo!

Espero que o luar fique sempre para "eluminar" esta estrada quente que fisicamente se desenrola em caminhos perspicazes de querer, assim espero que fique ali com os sorrisos banais de todo uma dia á dia comum, que de tão comum e vulgar se transforma em extraordinário, dinâmico e interpretativo.

Espero aqui com as certezas da montanha que gela no inverno e ama o verão que a liberta com o degelo dos aglomerados de neve bem fria, que queima a pele frágil.

Encontro-me aqui no chão a olhar a lua que fica sempre assim quieta para mim e me faz companhia enquanto não chegas e me abraças com os beijos. Encontro-me com os meus pensamentos que me transportam neste imaginário tão nosso e espero...

Encontras-me sempre como sou, despida e de metal, porque no fundo das minhas fraquezas tenho a nossa força e a nossa coragem arrebatadora. Assim espero e encontro a resposta para um sentimento chamado Amo-te...

domingo, novembro 25, 2007

Raiva

Apenas se deslumbra o vermelho ao longe o vermelho do fogo que queima as árvores e os pastos, ele tinha crescido naquelas terras e a elas tinha regressado, porque estas tinham o cheiro Dela, ainda conseguia deslumbrar a Sua boca os Seus olhos e as Suas bochechas coradinhas das correrias que davam, corridas de apaixonados, corridas de namorados cobertas com a primavera que os transportava no dorso.
Mas o tempo tinha passado e as gentes da terra tinham-no afastado e levado a única a magnifica a indestrutível mulher da sua vida.
Agora era ele e o fogo, a medida que a terra ardia a raiva desfazia-se e deslizava como agua pelo seu corpo abaixo, até ao chão, tinha vivido com ela tanto tempo que não sabia como era o seu verdadeiro eu sem a sua companheira de longa data, de aventuras e caminhadas.
Por fim ali onde ela se apresentara pela primeira vez iria despedir-se dela e voltar a respirar outra vez, livre do pecaminoso sentimento.
Veio a manha e o fogo apagou-se, a raiva foi embora, o rancor e o desespero do único desejo que o tinha movido até ali...a vingança... já que nunca mais poderia ter o sorriso o abraço nem o beijo Dela...

Vaidade


Linda como sempre, bela no seu esplendor ai vem a Vaidade com a sua feira de bijutarias e coisa fúteis, a Mesquinhes acompanha-a na procissão, praça abaixo-praça acima e todos os olhares se voltam para o vestido ornamentado e os químicos faciais dentro dos lugares certos que a enfeitam.
É pena o coração da Vaidade não poder ser maquilhado, não poder ser reconstruído nem disfarçar as imperfeições do tempo com as tintas milagrosas que vem nas embarcações, produto fino, caro e de qualidade que qualquer senhora adoraria ter.
Apenas a Vaidade tem direito a eles, pavoneia-se abanando as jóias e o corpo ao som da multidão que pára para a ver passar. Apesar de todos os olhares observadores ninguém vê a rapariguinha feia e frágil que se esconde nas vestes de uma rainha, de uma meretriz de uma mulher forte seca e independente, ninguém vê a pobre rapariga que apesar de todas as pinturas todos os vestidos e todas as riquezas está, no meio dos olhares e do magote...sozinha

Pecados




Quem te disse o que era o pecado enganou-te, o pecado persegue-te até dentro da tua própria casa, dentro dos teus sonhos e das tuas certezas. Ele fica sempre á espreita, olha com um sorriso doce que sabe a amargo, ao mais cáustico que existe. Ele observa-nos constantemente com o olhar de sangue e fealdade que lhe crescer a cada segundo nas veias. Ele permanece contente com todos os que sucumbem a sua ambição, a ambição dos cobradores, dos trepadores e dos vermes...

sexta-feira, outubro 19, 2007

Preto


E depois da luz o que fica? Apenas o preto e o barulho das pessoas que teimam em passar e ignorar a tristeza que vai dentro dos olhos fechados. É neste preto que me fecho em copas e deixo que os outros sejam aquilo que querem transparecer. Assim como em todos os dias o preto circunda e fecha a mente de todos, para os outros, guarda em cadeados os sentimentos que não querem sair de dentro da massa compacta de pele, negra, encardida e suja da humidade e da poeira, do fumo que paira no ar.
Ninguém respira neste mundo sufocado de anti depressivos tristes que nos anestesiam e nos toldam o querer. Ninguém quer acordar do jogo de marionetas, então sujam-se incessantemente no preto e carrancudo. Sorriem para dizerer a elas próprias que são extremamente felizes, que vivem contentes, satisfeitas com a mesquinhês e a morbilidade do preto.
Estive sempre no meio deste carrancudo circulo de vida, depois vieste ter comigo, foi sem duvida a chuva que te trouxe e lavou tudo o que estava em cima da minha pele e da minha alma. Depois de ti foi-se o preto ficou apenas a transparência de duas mãos dadas e de dois olhares que se comunicam e se tocam sem uma única palavra, sem um único gesto.
Agora no mundo das transparências, tudo volta ao seu lugar ideal e os sentimentos são límpidos como a água, e escritos sem pudor, sem dor e sem vergonha de ser julgados pela verdadeiro calor de ser, de acreditar, de amar....
Assim amo todos os dias mais um bocadinho com vontade que o crescer nunca acabe e que o preto nunca volte....
Assim mantenho a minha mão na tua bem firme, forte, colada para não te ver partir um dia sem mim, para mesmo quando ela não estiver, guardar sempre o cheiro e para que volte sempre para a minha... firme forte... única...

segunda-feira, setembro 24, 2007

casa calor e lareira


Podes sempre voltar para casa, aqui no cantinho onde a lareira está sempre acesa e encontrarás o cheiro a lar espalhado pelas divisões. Podes sempre vir para o colo que te embala na noite em que vêm as más memorias, que tudo brota do coração no repente do desespero calado pela vida.

Todos os dias fico aqui a espera que venhas com esse sorriso que preenche todas as horas dos meus dias mesmo quando não estas, podes vir com o cansaço de dias porque aqui junto de todas as coisas doces a paz chega sempre para os dois.

Espera-te sempre um banho e uma cama limpa, fresca com um corpo quente que te deseja, espera-te sempre a luz carmim, que ofusca a visão de dois humanos que juntos se julgam imortais e sentem a vida a transpirar-lhes nas mãos.

Aqui espero, em casa, naquele aconchego que só é completo contigo, aqui fico sozinha contigo no peito, à espera do cheiro e do carinho que acaba sempre por vir, por chegar e que um dia sei que ficará envolto na sensualidade de sentir.

Por hoje apenas fica um calor daquele corpo teu e meu que foi com o tempo, por hoje fico eu no canto a olhar para a cama revolta... aqui no canto continuo à espera do tempo e da felicidade...

sábado, agosto 25, 2007

Madrugada





A noite e o breu batem á porta nesta madrugada lenta, que teima em não passar, o tempo demora-se por estas bandas, a noite acompanha-o sempre.

Mais um dia de respirares lentos e de sonhos adiados, para o amanha, que chega tardio e sofrido de ansiedades. Coisas minhas, de quem no olhar de presente tem um querer, um toque e uma ternura que demora e pernoita noutro sitio.
Deito-me sobre um leito frio, com um corpo de mulher sozinha que se entrega nos sonhos de quem lhe deslumbra as entranhas.
Continuam a bater todas as horas nesta madrugada traiçoeira, mas eu fico quieta e espero, espero por quem virá, mesmo não sabendo o caminha, sei que o encontrará pela desejo de o saber de cor. Hoje na noite sem estrelas e de luar que se encandeia ao longe, fúnebre, a esperança não morre porque a saudade não deixa... na penumbra de mais um negro desespero o sonho faz-me sempre ficar contigo... porque o mais pequenino querer é sempre maior que todo o desejo, respiro-te aqui... no sonho onde encontro um nós complexo e completo...

Todos os Mundos


Todas as palavras do Mundo não chegam... para nós, nunca chegarão para definir o olhar que nos hidrata a pele e nos cristaliza a alma.
Todas as essências do Mundo não chegam... porque não conseguem definir nem alcançar o significado dos sentidos perplexos.
Todos os sorrisos do Mundo não chegam... procuramos sempre o seguinte, porque a felicidade renasce a cada momento, a cada baque do relógio...a cada silêncio...
Todos os beijos do Mundo não chegam... porque haverá um ultimo em que se fica sempre a pensar no próximo.
Todas as alegrias do Mundo não chegam se não tiver o outro mim do meu lado... Todos os Mundos não chegam... se não te tiver aqui para partilharmos o meu....

quarta-feira, julho 25, 2007

Sentir Vermelho


Sinto-me através de ti, da tua masculinidade, da beleza carnal das tuas mãos. Sinto a maciez da tua pele e da minha enquanto estas se desejam.
Pele contra pele, corpo contra corpo, mulher contra homem. O querer chama-os, insiste em vê-los juntos, a fixa-los, a uni-los...
Observas-me pausadamente e eu vou permitindo, permito que vejas toda uma transparência que surgiu para ti, para que me conhecesses em bruto, em cru, em mim.. ponho-me nua de medos e receios...ponho-me disponível para ser...
O meu corpo apenas existe quando lhe tocas, devagar, saborosamente devagar...ai concluo-me de sentimentos carnais, que me despertas com a tua avidez de sentidos.
Entregamo-nos ali um ao outro lentamente tentando que tudo pareça eterno( porque é esse o desejo) e tudo á volta incendeia, transforma-se em fumo, desaparece. Ficamos ali os dois, nós e o cheiro de todos os momentos que nos correspondem.
Pertencemo-nos, confessamo-lo com o olhar, com os beijos que se desenrolam como palavras...
Envolves-me todo o corpo com os nossos vícios, vícios de dois corpos despidos que se querem, ali onde só existem eles e o ar que circula, o todo que sobra é apenas o quente, o doce-amargo, o encarnado...todo o resto é sentir...
Do outro lado, noutra sala que não nos pertence, o relógio não para, os ponteiros continuam o seu circuito...e chega a altura em que os corpos se apartam e deixam para trás o perfume...e o silêncio....

Um conto...



E foi assim...

O comboio apitou, fez soar aquele apito gélido que derreteu o coração dela para sempre.
Ele foi embora com a mala pequena no braço e toda a esperança dela no corpo, o corpo que agora estava integralmente dormente de tão árido e repleto de amargura.
As lágrimas não caíram, a tristeza era tanta que congelou tudo, até o olhar. Aqueles olhos pretos, duas azeitonas perfeitas e belas, secaram, nesse dia em que viu partir o mundo dela, o seu grande alento, o seu maior tesouro, ele partiu com um casaco amarrado à cintura e a fé dela medida entre a trouxa da mala.
Amara-o sempre, e amaria para sempre...
Naquele dia não chorou, engoliu todas as magoas para dentro, as magoas e o orgulho de quem ama mas não respira o cheiro intenso dos sentimentos.
Nunca mais andou de comboio, pois foi este que lhe levou para longe os olhos castanhos mais bonitos que conhecia. Só chorava durante a noite, quando ninguém estava presente, só estava ela e a lua, o resto era a protecção infinita da solidão. Chorava sozinha, até gastar toda a agonia de quem está só. Era como se estivesse num túnel escuro, diariamente engolia o orgulho, mostrando aos outros indiferença, a indiferença de uma mulher bonita, que apesar continuava sozinha.
Ela sabia que não fora o comboio, mas culpava-o, depois daquele dia tudo de caloroso que existia desapareceu, todos os sonhos embarcaram com ele naquela viajem.
Ia todos os dias ao rio ouvir a transparência da água fresca, pura, como os sentimentos calados mas nunca esquecidos que dela provinham. Sentava-se ali, pedia para que a água o trouxesse de volta, para que esta lhe devolvesse o que a linha lhe tinha tirado, queria que ele chegasse com toda a audácia que lhe pertencia e o sorriso rebelde de menino que ainda conservava. Mas ele teimava em não vir e ficava só ela a lua e a água...

Numa noite nem com muitas, nem com poucas estrelas, lá estava ela, ali sentada, a pedir baixinho que a volta fosse breve...sentiu uma mão no ombro, um calor repentino e um cheiro conhecido...virou-se e viu uma cara cravada de rugas e de tempo... e um desejo de um beijo...o desejo de um corpo...

domingo, julho 22, 2007

Sussuros


Vejo-te todos os dias, quando fecho os olhos, é assim que te declamo todos os sentimentos que me passeiam pelos sentidos. É com o olhar que te sussurro... ao ouvido, as palavras que me definem como inteiramente tua...
Essas palavras estão a ser postas num papel branco, hoje, porque o caminho para a tua pele é distante, apesar de esta aquecer a minha todos os dias, e a tocar bem levemente, saborosamente... Toco assim o papel, com múltiplos carinhos, porque este é para ti, para sentires na ponta dos dedos todos os sabores e todo o desejo que te deposito.
Sento-me então nas escadas, e escrevo a carta que me transporta até ti e me permite conquistar-te, sentada deixo que o ar passe por mim, e me alivie o desconforto de uma saudade miudinha que se encontra comigo a toda a hora, ela marca a sua presença e não deixa de sussurrar ao meu ouvido que tu te encontras longe.
Mas eu sorriu ao escrever-me, porque apesar de tudo, gostar-te faz-me feliz.
Assim encho folhas e folhas de um papel sem vida que me autoriza a por lá a minha.
Deixo que as palavras se sincronizem numa dança, construída para ti, para te embalar quando fechares os olhos e me vieres sussurrar ao ouvido... palavras do sentir...

domingo, junho 03, 2007

Arrepio


Levantei-me no frio e soube-te ali, arrepio, que me percorres a pele com um beijo e me transformas em sentimentos novos de uma vida que já não me pertence.

Sinto-te quente e forte, arrancas-me da historia, cansas toda a minha segurança do nada, deixas que eu me guie pelo cheiro, eu sigo-te e continuo a sentir-te...arrepio. Desces toda a minha verdade como um remoinho e deixas que ela se torne mentira, erros são o que me espera se não te tiver nesta hora, quero-te e deixo que isso encaminhe todos os meus passos até ti...arrepio.

Deslizo e deixo-me atrair pelo teu sabor, que me parece familiar, e que nunca provei, relembro toda uma paixão que não sentia á anos e alimento-me dela violentamente, quero-a, ela que venha e que tome tudo em mim que me leve, que me desabroche.

Abro os olhos e sei que estás ali, arrepio...choro todas as minhas magoas num minuto, pois sei que irá tudo ser desigual, fizeste-me diferente...quero-te diferentemente.Toco-te e envolvo-te em tudo o que é meu, deixo de ter medo nessa hora porque tudo o resto está lá fora, o meu mundo está aqui comigo bem junto a nós e continua a querer arduamente, a sentir desesperadamente um arrepio...