terça-feira, abril 21, 2009

Paredes


A saudade fica aqui entre os meus braços gelados e quase sem vida, a casa está fria como os gélidos pólos, eu vagueio sem rumo por entre paredes sem significado.
Lá fora a ladainha da vida corriqueira de quem não tem objectivos e vive encarcerado num medo comum aqui é o medo que seduz e reduz todos os envolventes nesta atmosfera que queima a vida que quem a respira.
As luzes da rua enchem os corações de negrume e de receio de um vulto soldado qualquer que lhes rouba toda a solidão restante.
Aqui em que a vida é dormente não há sozinhos nem palavras especiais e carinhosas...
Eu vagueio aqui a tua espera a espera de um sabor que me desperta, que me solta que me faz voar com asas de um anjo alado...
Enquanto isso só mais um, mais do mesmos, mais da repugnante carne que me circunda, aqui a multidão é gelada e carrancuda, e todos espiam não sabem bem o que esperam, o vazio, nem esse chega aqui e as salva, ninguém entra aqui ninguém o merece...Por isso eu respiro de vez enquando num canto e aguardo a
tua chegada...