domingo, novembro 25, 2007

Raiva

Apenas se deslumbra o vermelho ao longe o vermelho do fogo que queima as árvores e os pastos, ele tinha crescido naquelas terras e a elas tinha regressado, porque estas tinham o cheiro Dela, ainda conseguia deslumbrar a Sua boca os Seus olhos e as Suas bochechas coradinhas das correrias que davam, corridas de apaixonados, corridas de namorados cobertas com a primavera que os transportava no dorso.
Mas o tempo tinha passado e as gentes da terra tinham-no afastado e levado a única a magnifica a indestrutível mulher da sua vida.
Agora era ele e o fogo, a medida que a terra ardia a raiva desfazia-se e deslizava como agua pelo seu corpo abaixo, até ao chão, tinha vivido com ela tanto tempo que não sabia como era o seu verdadeiro eu sem a sua companheira de longa data, de aventuras e caminhadas.
Por fim ali onde ela se apresentara pela primeira vez iria despedir-se dela e voltar a respirar outra vez, livre do pecaminoso sentimento.
Veio a manha e o fogo apagou-se, a raiva foi embora, o rancor e o desespero do único desejo que o tinha movido até ali...a vingança... já que nunca mais poderia ter o sorriso o abraço nem o beijo Dela...

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