quarta-feira, novembro 05, 2014

Vermelho


No vermelho da neblina suplico ao frio que me aparta.
Telinto com as luzes foscas da rua cheia de gente, ou população vespertina desta cidade de lemes.
Sigo rumo ao patamar dos inertes que vêm os dias como ritual de tarefas.
A neblina acorda a vivência desenfreada e insaciável que me tolerou
a juventude.
Penso nos anos que todos os dias ponho nas costas, no intimo de juventude idosa de que sofro. Continuo submetida à neblina e nela abraço minha insignificância!
Despojos de inverno, do brilho do vermelho que prevalece na turva visão deixam que flutue sem peso e sem medida! Sem idade...

terça-feira, novembro 04, 2014

Chuva

Talvez um dia a chuva me entre no couro,   Me mantenha serena e luzidia, para a vida que háde chegar em instantes nefastos e profundos! 
Talvez a chuva, venha com toda a sua calma insípida, e me transmita a tranquilidade inacabada do inverno, áspero e adormecido! 
Que a chuva me transborde e me transporte para o meio do paraíso, da vida monótona e do descanço dos dias comuns! 
Neste dias de chuva, em que me separo do que mais amo, do cheiro sentimental, do tacto presencial, da visão de uma cama, de um repouso conjunto. Preciso do abraço do calor quente e humano do meu despertar de sentidos! 
Aqui no meio da chuva que me comove e transporta para uma melâncolia crônica e precoce, sonho com o abraço apertado, com um amor desejado, com um encontro inacabado. Penso no tempo perdido em actividades incertas e pergunto-me se estará a chover amanha! 

quinta-feira, julho 03, 2014

Sempre

A imagem não é pura, os sentimentos de sempre, as vivências mundanas, são imagens deturpadas. A vida dos outros transcende toda a nossas interpretação, a nossa prespectiva. 
Sento-me e ouso escutar os silêncios, tento interpretar nas entrelinhas! 
Interpreto assim o dia-a-dia corriqueiro sem certezas de onde coloco a minha meta, para onde direciono a escada. Em que lugar me coloco? Talvez no cerne dos sonhadores solitários, dos crentes ateus,  dos vabagabundos deambulastes  em ideias e sonhos em espiral! 
Coloco-me ao teu lado e sorrio porque até hoje me acompanhas nas imagens irriais da minha mente! E amas-me dentro da minha loucura saudável.....

segunda-feira, maio 12, 2014

Carta livre

Na tua ausência pressinto o teu sentido humano. Nela toco as paredes frias e inertes, como corpos frios e sei que voltarás, cheio de receios e revoltas insensatas.
Aqui pergunto-me quando foi a ultima vez que te vi feliz, para mim, para me beberes, para me contemplares...
Guardo-te estas palavras, minhas, pessoais e intransponíveis, que são só tuas, só sentidas e mencionadas em teu nome, e desespero na saudade de um beijo profundo...
Deixo passar o tempo numa jangada lenta e amorfa, deixo que ele me consuma na espera do destino tardio...
Aguardo o abraço e o corpo quente, cheio e repleto, aguardo o sonho, aguardo a chegada da aurora despreocupada.
Reflicto em ti e em mim, nos anos nossos que nos pertencem. Gravo na pele a memória, a riqueza e o fervor.
Sonho acordada com tudo isto, consumida pela saudade de ter tempo nosso e pressinto que após estes anos jazo aqui, completa e tua.
 

domingo, abril 13, 2014

Imprimir Preconceitos



A impressão pode levar a que o dia-à-dia se transforme em medíocre, e que lá estejas tu na tua mesquinhes sexista, que demonstra a tua pequenez pessoal. Levanta-te preguiçoso, perigosamente narcisista, castrador e sentimentalista. 
Após a ternura, vêm os pequenos dias, chega assim a brutal realidade, sem subterfúgios, sem barreiras e sem obstáculos. Assim vou ver-te e sorrir com a maior das vontades do desejo e da plenitude.
Levo-me assim hoje a esquecer o amanha, esqueço-me ainda de perceber o dia a seguir e tento disfarçar baixinho aquilo que considero verdade.
 O meu Eu nega e revê o todo com fúria, pois estou invisual e fantasio uma realidade só minha, fugindo para mim mesma, para a minha mentira descabida. Bato na parede branca suja, física e seca de sentidos e de carinho. Apresento-me apenas como mais um objeto, mais um troféu, mais um físico desnudo contra a parede.