sexta-feira, setembro 01, 2006

Janela



A janela fechada marca o fim do dia, juntos decidem abri-la para mirar a noite. Noite que os juntou e fez deles o que são hoje, a noite embala-os e abençoa-os porque eles são seus filhos, nasceram com ela e a ela se juntam sempre que são chamados.
O luar inunda toda a divisão, agora não mais fechada para o mundo. Ocorre um beijo, outro e os corpos enlaçam-se numa dança sensual de corpos nus. Continuam, não conseguem parar, agora é tarde de mais, os sentimentos não ouvem nada nem a própria razão. Chovem palavras, carinhos, toques arrebatadores onde se corta o desejo á faca. Vive-se intensamente naquele quarto, onde se abriu uma janela, para que a lua assista.
Os corpos unem-se, estão tão juntos que não se destinguem, consomem-se numa mistura de preto e vermelho, de sangue e de alma...
No fulgor da paixão tudo vem, os corpos flutuam e após o final caem no chão frio...
Acabou tudo, trocam-se olhares e caricias, a plenitude do medo volta, cruzasse um olhar de despedida. Ele abre as asas negras, sai pela janela deixando um corpo sem alma...um calor no espaço que foi dos dois e o cheiro no corpo dela...apenas o isso...a janela fechou...

1 comentário:

Etherium disse...

esse momento que contas é bem vermelho!vermelho de calor, de suor e de intensidade!
a tua escrita tem esta cor, acho eu...
pintas quadros com palavras bem intensas, escreves muito bem!
continua!
eu passo por cá todos os dias!
bjo gd!