domingo, fevereiro 03, 2008

Inveja


Com os olhos marcados com um rancor profundo, olhava para ela com admiração e desespero. Sabia que lhe tinha inveja, porque esta privava com ele todos os dias, naqueles lençóis brancos e lavados com cheiro a uma felicidade imaculada.
Aquela mulher tinha-o para si, e isso dilacerava-lhe todos os dias a alma e o peito, cada vez que acordava e se consciencializava que estava a respirar outra vez.
Amava-o., intensamente, amava-o mais a ele que a si própria, e aquele desespero, aumentava todos os dias, e transparecia-se na pele verde e escura de tão pálida.
Via na rua habitual, a passear a sua beleza que o tinha enfeitiçado, era isso, ela era a bruxa, o anjo negro que roubou a sua felicidade, que lhe tirou os meandros da sua esperança e do seu sonho construído em castelos soltos desde criança.
Aproximou-se mais para a ver de perto, e então chegou ele, com um beijo saboroso que dirigiu à boca dela, não á sua. Desejou morrer, desejou nunca mais ver uma luz na sua vida, foi então que no meio daquela revolta tão sua, virou todo o negrume do seu sentimento para aquela mulher, bonita e elegante.
Pegando numa tesoura que trazia na não se sabe onde, a cobiça apoderou-se do seu corpo, fazendo com que ela rasgasse aquela face encantada de infanta, abriu todas as fendas que pode para que a cara ficasse, bem marcada. Assim ele só olharia para ela, mais ninguém estaria á sua altura mais ninguém, partilharia a sua intimidade...
Coberta de sangue correu pelas ruas sem culpa e sem caracter, a inveja tinha-se apoderado de toda a sua vida de toda a sua existência....
E no final de toda a investida animalesca ele corre atrás dela, e o seu sangue é que lavou as ruas naquela noite...

sábado, fevereiro 02, 2008

Avareza


Foi naquele dia que todo correu mal, vinha com todos os seus adornos ostentativos de uma riqueza partilhada por ninguém, tudo era apenas dela. Vivia infelizmente insatisfeita, com o poder e os valores que possui-a.´
Mais uma vez passava ali orgulhosa da nojeira de pessoa que era, ignorando os demais sem chão e sem pão.
Eram uns vadíos pensava ela, nas suas conversas loucas de mulher, rica e sozinha.
Tinha-se rodeado durante toda a vida de incompetentes bajuladores e larápios da sua fortuna, não confiava em niguem, nem na sua própria mente muitas vezes ela tambem preversa.
Passeava-se assim, ostentando, aqueles ouros, diamantes, e os vestidos franceses bordados à mão.
Foi então que o conheceu... bem parecido e bonito, com sorrisos afáveis e ternos. Iria trabalhar para ela como conservador do património. Não demorou muito, que o seu charme quebrasse, toda aquela arrogância de uma mulher sozinha e fria. Tomou-a nos seus braços as vezes suficientes para ela confiar nele segamente. Ai naquela manha, que todos os seus bens desapareceram como lume, e a arrogância, ficou no meio de um caminho com um pão e uma caneca de àgua dada, por um pobre coitado sem chão e sem tecto.