segunda-feira, julho 31, 2006

Porta fechada


A vontade de te apagar é tanta, mas a coragem para o fazer é tão pouca, imagino-te ao meu lado a seres realmente tu, a desencadeares em ti o teu processo da verdade do sentimento.
O teu olhar queima o meu e fujo dele como da minha própria morte, muitas vezes quando penso ou olho para ti sinto-me morta, porque não tive coragem, fugi à responsabilidade de ser mulher, de ser pessoa, de ser feliz...
Agora só me resta ver-te ao longe, avistar o teu cheiro e imaginar a tua voz, a nossa barreira invisível, aumenta todos os dias mais um bocadinho, mas em vez de nos afastar, aproxima-nos ainda mais.
Estou ao teu lado não me olhas, mas sentes-me, o teu cheiro mistura-se com o do ambiente e chega-me com carinho ás narinas, tenho tantas saudades tuas, da suavidade da nossa existência conjunta, mas hoje para ti apenas sou mais uma na multidão, que tentas disfarçadamente não dar importância...também tu sentes o meu cheiro e anseias o meu toque encarnado na tua cara.
Caminhamos cada um para seu lado e fechamos ao mesmo tempo portas diferentes, fico contente porque por momentos, míseros segundos, voltei a sentir-te, voltei a sentir-me preenchida...

1 comentário:

Etherium disse...

olá pekkala pekkala!
Essa forma de escrever é fantástica, sempre com os sentimentos à flor da pele, sempre sobre o quotidiano! Gosto muito!
Tu sim, escreves pintado a vermelho! De paixão e desejo!
Bjo
p.s.: Não te preocupes, tudo na vida melhora... Pelo menos quero acreditar que sim...