No calor dos Mundos entregamo-nos um ao outro todos os dias, como loucos. Eu devoro-te nos meus pensamentos, tão longe o corpo, o corpo que pertence a minha cama, és o sorriso que vejo do outro lado do espelho e que me transforma num outro retracto.
No desespero longínquo dos dias, na sua imensidão que não passa, sinto saudades, saudades de te tocar, sentir-te atordoado, de agarrar toda a tua masculinidade, de agarrar em ti todo o teu corpo.
Beijo-te todas as noites no imaginário, tendo sempre a distância como companhia, nela nos revemos todos os dias, e continuamos a sonhar o dia do regresso.
Regresso para o mundo do desejo, que nos deita numa cama e nos ama, nos transmite todo um prazer bruto e duro, todo um prazer carnal, ficamos ali vermelhos de desejo, sedentos, quase descontrolados.
Amaldiçoou-te pelo dia em que me tocas-te e trouxeste tudo isto que tanto gostamos, maldito o dia em que senti a tua presença e ambicionei o teu cerne.Nunca serei tua porque não quero, nunca me terás a mim, apenas terás a minha cama. Na tua memória apenas ficará a recordação de um corpo nu que te transformava em suor, apenas ficarás com o cheiro do nosso desejo, porque o resto das lembranças vão-se com o cigarro que ascendemos depois... Tudo vai porque assim delineamos, assim meu Calor para ti serei sempre Desejo...