segunda-feira, maio 12, 2014

Carta livre

Na tua ausência pressinto o teu sentido humano. Nela toco as paredes frias e inertes, como corpos frios e sei que voltarás, cheio de receios e revoltas insensatas.
Aqui pergunto-me quando foi a ultima vez que te vi feliz, para mim, para me beberes, para me contemplares...
Guardo-te estas palavras, minhas, pessoais e intransponíveis, que são só tuas, só sentidas e mencionadas em teu nome, e desespero na saudade de um beijo profundo...
Deixo passar o tempo numa jangada lenta e amorfa, deixo que ele me consuma na espera do destino tardio...
Aguardo o abraço e o corpo quente, cheio e repleto, aguardo o sonho, aguardo a chegada da aurora despreocupada.
Reflicto em ti e em mim, nos anos nossos que nos pertencem. Gravo na pele a memória, a riqueza e o fervor.
Sonho acordada com tudo isto, consumida pela saudade de ter tempo nosso e pressinto que após estes anos jazo aqui, completa e tua.
 

domingo, abril 13, 2014

Imprimir Preconceitos



A impressão pode levar a que o dia-à-dia se transforme em medíocre, e que lá estejas tu na tua mesquinhes sexista, que demonstra a tua pequenez pessoal. Levanta-te preguiçoso, perigosamente narcisista, castrador e sentimentalista. 
Após a ternura, vêm os pequenos dias, chega assim a brutal realidade, sem subterfúgios, sem barreiras e sem obstáculos. Assim vou ver-te e sorrir com a maior das vontades do desejo e da plenitude.
Levo-me assim hoje a esquecer o amanha, esqueço-me ainda de perceber o dia a seguir e tento disfarçar baixinho aquilo que considero verdade.
 O meu Eu nega e revê o todo com fúria, pois estou invisual e fantasio uma realidade só minha, fugindo para mim mesma, para a minha mentira descabida. Bato na parede branca suja, física e seca de sentidos e de carinho. Apresento-me apenas como mais um objeto, mais um troféu, mais um físico desnudo contra a parede.

quarta-feira, dezembro 25, 2013

Singular

Talvez me vejas amanha pelas ruas recordando os teus olhos e o teu corpo, pós mordedura, pós arrependimento.
Na chuva reencontro certezas de beijos perdidos no tempo, nos teus olhos mergulho em pensamentos terrenos e fúteis cheios de verdura de sentir. Sou mulher alma, mulher corpo e mulher sentimento e tudo em mim te chama, lento e baixo para que nem eu mesma perceba ou recorde.
A chuva transpira em mim reflexos perdidos no tempo da alegria e da liberdade. Fico muda, quieta e seca, Sem terra nem chão, sem muros ou portas que me separem de impulsos infantis! Trabalho o alento do meu todo comum e refiro a realidade para o meu eu, para a chuva que me transpira e me transporta, para aqui, para a minha medíocre realidade singular!!!! 

terça-feira, maio 28, 2013

Vindo


Bem vindo ao tempo de espera, do impasse e da seca. Bem volta, bem creste, a saudade da feliz e eterna estabilidade do sol, sorridente no rosto.
Bem vindo ao tempo da escuta, da resposta muda, do silêncio pensado e arquitectado pelo medo feroz e colossal!
Bem vindo ao pensamento escondido, ao sentimento reprimido e ao sonho apagado! 
A todos bem vindos ao circo da hipocrisia, ao circulo do engano calculado e do enredo aclamado. Bem vindo ao local onde a dignidade foi trocada pela vergonha e o sorriso por algo, cor amarelo fingimento! Palhaços dançai ao som do macaco do realejo...

domingo, março 17, 2013

Incertezas



Talvez as vestes se pintem de buracos vermelhos, de incertezas de crenças!!!
Flutuo em mundos perversos que não tem um pingo, uma molécula de meu!
Vaguei da alma toda a vontade de um incerto e insípido. Perdi a chama objectiva obstinada e criativa. Deixei os meu sonhos e risos escondidos na felicidade de existir, fora de horas, fora de tempo e fora de espaço...
Percorro-me sozinha e precisa neste dia a dia sem objectivo, sem rota mas com rotina!!! Perigo de viver é sentir a vontade de voar e não ter asas, não ter forças ou já não ter esperança de sobrevoar a infinita felicidade!!!
Por isso permaneço aqui para dar as mãos aos que me quiserem acompanhar, na loucura de ser diferente, de sonhar!!

segunda-feira, março 19, 2012

Inércia

Momentos difusos vagueiam no meu pensamento, sentimentos de inércia persistem aqui. Deixo que o mundo siga o sei rumo,incessante e injusto.
Limito-me a existir e a respirar na inércia que me é exigida para sobreviver. Sobrevivo, sem consciência e sem ideais na mesa! Guardo tudo, calco cada baga da minha revolta, para sobreviver, para não gritar!
Gritos mudos do mundo, que vagueiam na mente e no espirito, são roubados para a razão da serenidade !
Aqui estou plantada de raízes profundas, neste beco em que a minha voz não ecoa!
Pressinto a indiferença e a insignificância de continuar aqui, branca, calva, petrificada. Aqui jazo na mais profunda e sentida inércia!

quinta-feira, janeiro 26, 2012

21

Só preciso de 20 beijos, 20 abraços 20 passos controlados.
Preciso de 20 história inacabadas, insensatas e peculiares!
20 coisas fúteis e desvairadas sem sentidos nem propósitos!
Necessito de 20 anos, 20 meses e 20 dias, para correr no doce amargar do dia à dia!
20 amores despertados 20 ciclos terminados, 20 momentos despedaçados...
20 sentidos oprimidos...
Preciso de 20+1 para chegar ao 21....

sexta-feira, novembro 04, 2011

Mensagem


Escrevo o que vomito do pensamento. Palavras sórdidas ou límpidas... podem julgar o que quiserem, podem-se libertar línguas bífidas...
Não escrevo sobre mim, escrevo sobre os sentidos, sobre um saborear real, sobre um percepcionar maior. Maior que eu, que o mundo no seu imenso. Sentir não tem tempos nem pressas... Apenas flui como ideias e pensamentos...
Hoje pressinto e descrevo o sentir em palavras que não lhe raspam o significado, não bastam. Mantenho-me imóvel e sinto o respirar do todo comum, da pluridiversidade dos movimentos contemporâneas, e lembro-me de ti hipócrita, presunçoso, que te mantens dormente, e tu quando deixas-te de sentir?
Todos os dias são para nós os últimos, os momentos esses não voltam, apenas te perseguem e permanecem na pele que envelhece lentamente.
Hoje foi um dia feliz em que o tocar do mundo me olhou como um todo, inteiramente pura, bruta mas polida pelos dias e pelos anos... enfim como me conheço, inteiramente humana...
O mundo moribundo ficou bem longe fugiu-me das costas, ficou ai no lugar onde está o dormente, o passivo e o vulnerável. No lugar em que o tudo e o nada preenchem as horas persistentes do dia sombrio...
Bebo cada gota de vida e transpiro de alegria, estou aqui no meu lugar ideal, no meu sentimento mais puro, na minha forma mais real, no meu pequeno mundo. No mundo de sentir perfeito e escrevo-te para acordares do estado latente, para que vejam que as cores são mais que preto e branco, são todos os nomes, todos os sentidos, são advérbios e adjectivos... corpo e alma, no fundo cheiram-se e pressentem-se como a felicidade...

terça-feira, novembro 01, 2011

Amigo


Ainda me lembro do sorriso do despertar dos dias inocentes. Ainda não sei como te perdi nem porque magoa profunda nos apartamos de corações ligados ao peito.
O sorriso do despertar de manha, de uma noite brida, mal dormida, mal controlada, mal aproveitada.
Ainda cheiro, a manha a chuva e o orvalho da terra serena que enveredava toda a vida...
Os momentos de felicidade e euforia para onde voaram na memória das pessoas...
Onde vou o que sucedei o que aconteceu para ficar aqui sozinha sem a beleza da compreensão da tua companhia...
Não sei, nunca descobri, nem quero, é demasiado pesaroso, demasiado árduo, dói-me o cerebelo só da possibilidade de uma descoberta vã...
Tudo está traçado o destino dividido em duas gotas de rios e caminhos diferentes...
Só sei que estarei sempre aqui, apesar da tempestade do meu instinto, para te abraçar em qualquer madrugada que precisares....

sábado, maio 07, 2011

Verdade


Desperto-te em horizontes infinitos, em ladainhas que não acabam na dormência dos dias. As coisas revoltas são tidas e achadas como verdades inoportunas incoerentes e incessante.
O que é a verdade?
De que será realizada, será prescrita e perfeita por Deus ou por nós, humanos reles e vis, que sangram lágrimas de orgulho ferós.
Verdade é a dor e o poder de sentir na carne fria a chuva de remorsos que cai lá fora, na alma dos demais, na íngreme camada de sal que lhes planta a pele.
Verdade sou eu, és tu que me ignoras, que respiras sem parar e eu aqui perturbada continuo sem nada, sem forma, sem passado…

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Espera


Espero e desespero neste canto que é húmido e frio, é com a esperança e com a demora que vivo, sou assim um ser sem sentido, que tenta travar o tempo dos anunciados minutos, das anunciadas horas, dos anunciados dias, dos previsíveis anos.
Tento assim viver o passado olhando para o presente com melancolia, com a saudade de um sorriso e de um abraço que é de todos e é tão meu.
Era tão bom se o tempo parasse ou se corresse devagar, quando as coisas bonitas e aconchegantes acontecem, aquelas pequenas insignificâncias que são por exemplo a manha de um despertar bonito, nos dias felizes de uma infância ou de uma juventude adolescente…
Aqui de joelhos apontados para o chão e de olhos rasgados, cruzo as mãos e rogo que me dêem mais tempo para o abraço que anseio, para o despertar que mereço, para o amigo que preciso.
Mas na noite que se avizinha a incerteza cerca o momento em que dedico o tempo as palavras insertas, as palavras de alguém que ama e que precisa de um futuro cheio de pedaços de manha de juventude.
Mas agora só me resta a espera…
A espera que corrói os pertences de felicidade, a esperança que se avizinha e espero espero por todos e por mim mesma.
Espero porque sou apenas um insignificante minuto na imensidão do tempo…

sexta-feira, setembro 03, 2010

Vidas Muribundas

Talvez um dia me julgue ridícula por este estúpido sentir de ser diferente.
Cada dia que passa o dia avança a um olhar que não é o meu, eu sou inteiramente desconhecida desta gente que se afasta de sorrisos e se cobre em desconfianças tímidas ou injuriadas de tudo e de todos.
Foi assim também contigo, também tu perdeste o sorriso e a vivacidade que te era caracteristica, que me era mais querida, mais entranhada no meu ser verdadeiro e inteiro.
Onde te escondeste, arruínas-te tudo o que de ti era integro e confiante, perdeste-te em lamurias e mechericos dos outros
Neste mundo em que nada é real ou verdadeira,l em que a fachada fictícia que todos pintam se torna tão eficaz que até mesmo eles acreditam, tu és infeliz, porque somos iguais, observas e vez o verdadeiro cerne da existência de cada um, e percebes sabes, mas no fundo também representas, e vais-te destruindo e moldando ao diaria fétido e conspurcado dos outros.
Eu e tu um dia voltaremos a sorrir quando isto tudo for superficial, for ignorado e ostracizado por nós, quando a saudade daquilo que éramos bater na face cansada e cheia de rotinas e reparar-mos que no fundo não vale a pena o esforço de uma vida moribunda e selada por pactos e comportamentos descrentes e ridículos.
Ai vamos os dois no caminho que nos leva longe, bem longe destas caras feias e petridas, desta gente não gente que tem na vida o maior palco dos eufemismos e paralelismos...
Assim nesse caminho de nada encontraremos o tudo da plenitude de um sorriso, de um sentimento e de uma verdade e crer á muito esquecida por todos os vultos que nos circundam e ai sim seres o TU e o Eu, como sempre....

terça-feira, abril 21, 2009

Paredes


A saudade fica aqui entre os meus braços gelados e quase sem vida, a casa está fria como os gélidos pólos, eu vagueio sem rumo por entre paredes sem significado.
Lá fora a ladainha da vida corriqueira de quem não tem objectivos e vive encarcerado num medo comum aqui é o medo que seduz e reduz todos os envolventes nesta atmosfera que queima a vida que quem a respira.
As luzes da rua enchem os corações de negrume e de receio de um vulto soldado qualquer que lhes rouba toda a solidão restante.
Aqui em que a vida é dormente não há sozinhos nem palavras especiais e carinhosas...
Eu vagueio aqui a tua espera a espera de um sabor que me desperta, que me solta que me faz voar com asas de um anjo alado...
Enquanto isso só mais um, mais do mesmos, mais da repugnante carne que me circunda, aqui a multidão é gelada e carrancuda, e todos espiam não sabem bem o que esperam, o vazio, nem esse chega aqui e as salva, ninguém entra aqui ninguém o merece...Por isso eu respiro de vez enquando num canto e aguardo a
tua chegada...

sábado, dezembro 27, 2008

Dia Normal


Já não temos tempo, tempo para escrever, para mergulhar no mundo da fantasia imaculada dos sonhos reais, reais sim porque se tornam reais quando as palavras roçam o papel, qualquer papel, até aquele que anda amarrotado no meio do bolso do casaco habitual...
Onde andam as palavras que nos fogem entre as mãos, quem nos turva os sentidos desta forma, é o mundo é a correria, eu digo que é o tempo...
É ele que nos corre á frente, é ele que dita toda a mártir tarefa usual e ordinária de todos os dias, aqueles dias pequenos que passam só com o relógio a correr na velocidade infernal dos momentos pouco apreciados, pouco vividos, pouco saboreados.
Onde ficam os sabores vermelho violeta, os cheiro das vidas agradáveis, onde se encontra a felicidade que todos emanam no sorriso dos comuns...
Eu apenas sei do tempo, olhando para o tic tac do meu relógio, cronometro toda a vida que é imediata e corro, corro não sei para onde nem muito bem porque...
Deixo assim as palavras e os sentimentos e corro desesperada, o mais rápido e o mais veloz que consigo e tento seguir aquele caminho não sei bem para onde...
Onde pára o tempo dos dias normais e secos como pedras... onde para esta demanda descabida... quando posso respirar outra vez...
O tempo não para, mas eu parei o meu tempo e paro todos os dias cada vez que corro para os teus braços, e ai, ai sim as palavras e os sentimentos são meus outra vez...
E escrevo, num papel pequenino que trazes no bolso as palavras que guardei durante tanto Tempo...

sexta-feira, outubro 31, 2008

Fundo


Aqui no fundo do mar onde me sento por dias indeterminados e infinitamente longos ouço o barulho do nada e do sossego que me circunda, rodopia por aqui a calma e a paz do negro infinito, da negra solidão, da quietude e estagnada vida...
Aqui os dias não passam, debaixo de água não acontece nada, não se vê e não se acredita, aqui não se sonha não se projecta, não se esperança não se crê na virtude.
Todos os dias são iguais uns a trás dos outros, indistintos e insolúveis...
Aqui no fundo, sozinha com os medos e pensamentos psicóticos, aguento está liberdade asfixiante, da dormência da vida, da estagnação e findo todos os dias mais um fragmento de mim mesma... Aqui a escuridão não passa, não conforta e tudo é lento até a morte...