sexta-feira, novembro 04, 2011

Mensagem


Escrevo o que vomito do pensamento. Palavras sórdidas ou límpidas... podem julgar o que quiserem, podem-se libertar línguas bífidas...
Não escrevo sobre mim, escrevo sobre os sentidos, sobre um saborear real, sobre um percepcionar maior. Maior que eu, que o mundo no seu imenso. Sentir não tem tempos nem pressas... Apenas flui como ideias e pensamentos...
Hoje pressinto e descrevo o sentir em palavras que não lhe raspam o significado, não bastam. Mantenho-me imóvel e sinto o respirar do todo comum, da pluridiversidade dos movimentos contemporâneas, e lembro-me de ti hipócrita, presunçoso, que te mantens dormente, e tu quando deixas-te de sentir?
Todos os dias são para nós os últimos, os momentos esses não voltam, apenas te perseguem e permanecem na pele que envelhece lentamente.
Hoje foi um dia feliz em que o tocar do mundo me olhou como um todo, inteiramente pura, bruta mas polida pelos dias e pelos anos... enfim como me conheço, inteiramente humana...
O mundo moribundo ficou bem longe fugiu-me das costas, ficou ai no lugar onde está o dormente, o passivo e o vulnerável. No lugar em que o tudo e o nada preenchem as horas persistentes do dia sombrio...
Bebo cada gota de vida e transpiro de alegria, estou aqui no meu lugar ideal, no meu sentimento mais puro, na minha forma mais real, no meu pequeno mundo. No mundo de sentir perfeito e escrevo-te para acordares do estado latente, para que vejam que as cores são mais que preto e branco, são todos os nomes, todos os sentidos, são advérbios e adjectivos... corpo e alma, no fundo cheiram-se e pressentem-se como a felicidade...

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